domingo, 18 de setembro de 2011

A INVENÇÃO DA TERCEIRA IDADE

Guita Grin Debertt, em seu artigo “A INVENÇÃO DA TERCEIRA IDADE E A REARTICULAÇÃO DE FORMAS DE CONSUMO E DEMANDAS POLÍTICAS”, faz um apanhado da situação do idoso no Brasil. Segundo ela a “terceira idade” é uma expressão que recentemente, e com muita rapidez, popularizou-se no vocabulário brasileiro.

A autora usa Laslett (1987) para ancorar sua tese. Laslett afirma que essa expressão se originou na França com implantação, nos anos 70, das Universitès Du Troisième Age, sendo incorporada ao vocabulário anglo saxão com a criação das Inuversities of the Third Ate em Cambridge, na Inglaterra, no verão de 1981.

Para Debertt, a invenção da terceira idade é compreendida como fruto do processo crescente de socialização da gestão da velhice. Durante muito tempo – diz a autora – considerada como própria da esfera privada e familiar, uma questão de previdência individual ou de associações filantrópicas, a velhice se transformou numa questão pública.

Hoje em dia, a terceira idade deixou de ser sinônimo de decadência, pobreza[1], de doença. É vista como uma nova fase da vida da vida velha. Atualmente é dado ao idoso o direito de experimentar novas sensações e descobrir novos valores. Com a reprivatização da velhice[2], que significa sua mutação da mesma em uma responsabilidade individual, livre dos grilhões das comiserações alheias, o idoso tomou para si as rédeas de seu tempo e saiu em disparada rumo à outra margem da vida.

Entender como se dá esse processo é objeto da “Gerontologia”[3]. Como nos faz recordar Guita Grin Debert, com abordagem multidisciplinar, a gerontologia contribui para a constituição do idoso em um problema social e se empenha na sensibilização da sociedade brasileira para os dramas do envelhecimento.

Atualmente, nos países com condições financeiras melhores o trato com a saúde tem proporcionado uma maior longevidade, isso também proporcionou aos idosos um maior acesso à cultura e a educação.

Em um artigo apresentado no IV Congresso Português de Sociologia (As Universidades da Terceira Idade em Portugal) Esmeraldina Costa Veloso aponta o “rápido desenvolvimento tecnológico e do conhecimento, juntamente com o fato de a educação começar a ser, cada vez mais, perspectivada como um processo ao longo da vida, valorizando e envolvendo outros contextos e agentes educativos ultrapassando a visão limitada e exclusivista de educação como educação escolar e como preparação para o mundo do trabalho, como alguns dos motivos para a reforma/velhice”.

Debertt , citando Arié (1981) em seu estudo sobre História Social da Família e da Criança, escreve “(...) Se a modernidade assistiu a emergência de etapas intermediárias entre a infância e a idade adulta, assistimos atualmente a uma proliferação de etapas intermediárias de envelhecimento.”

Isso é a descronologização da vida pós-moderna, a reinvenção do idoso.



[1] Isso não significa que devermos fechar os olhos para o grande número de idosos que vivem em péssimas condições, sem auxílio das famílias e do estado.

[2] Termo cunhado por Guita Grin Debert

[3] Campo de saber específico, que aborda cientificamente múltiplas dimensões que vão desde a geriatria como especialidade médica, passando pelas iniciativas da psicologia e das ciências sociais, voltadas para a discussão de formas de bem estar que acompanham o avanço das idades, até empreendimentos voltados para o cálculo dos custos financeiros que o envelhecimento da população trará para a contabilidade nacional.

 


ANTROPOLOGIA NO BRASIL

Mariza Peirano em seu ensaio “Antropologia no Brasil” (Alteridade e Contextualidade) coloca como seu objeto: apresentar uma configuração típica-ideal para antropologia no Brasil. Para isso procura indicar, ao focalizar a produção da comunidade brasileira da antropologia, em que medida ela oferece uma oportunidade para se detectar elementos fundantes nos próprios centros metropolitanos, além de evidenciar em que sentido a disciplina, no Brasil, tanto acompanha a experiência desenvolvida em outro contexto quanto também difere delas.

Em seu texto, Mariza Peirano cita os estudos sobre “fricção interétnica de Cardoso de Oliveira (1963, 1978). Cardoso de Oliveira, segundo ela, via o contato com grupos indígenas como um indicador sociológico para se estudar a sociedade nacional, isto é, seu processo expansionista e sua luta pelo desenvolvimento.

Como já citamos acima, um dos objetivos de Peirano é apresentar uma configuração típica-ideal para a antropologia no Brasil. Dentro deste recorte, mencionar o trabalho de Cardoso de Oliveira é muito oportuno, pois a “fricção interétnica” foi considerada por muitos uma inovação teórica da antropologia feita no Brasil. Essa noção apareceu como bricolagem de preocupações indigenistas e inspiração teórica sociológica, revelando uma situação na qual dois grupos são dialeticamente unidos através de seus interesses opostos. A “fricção interétnica” de Cardoso de Oliveira veio dar um polimento teórico e transformar a preocupação indigenista no Brasil em tópico legitimamente acadêmico.

Como, muito apropriadamente, coloca Mariza Peirano, “fricção interétnica” foi proposta em um contexto no qual as teorias de contato, tanto britânicas (Malinowski) quanto norte-americanas (Redield, Linton e Herskovitz), haviam se provado inadequadas. Assim, ainda segundo a autora, Cardoso de Oliveira as substituiu pelo somatório singular que fez da preocupação indigenista de Darcy Ribeiro, da sociologia de Florestan Fernandes e dos trabalhos de Balandier. Dessa maneira, tornou-se um caso típico de descendência intelectual a combinar inspiração “local” e empréstimos externos.

Nestes termos não é bom perder de vista a intenção de Peirano, quando ela diz no primeiro parágrafo do texto: “Por muito tempo a antropologia foi definida pelo exotismo do seu objeto de estudo e pela distância, concebida como cultural e geográfica, que separava o pesquisador do seu grupo de pesquisa. Essa situação mudou. Mesmo nos centros socialmente legítimos de produção antropológica (...) hoje o ideal do encontro radical com a alteridade não é mais dimensão considerada essencial na antropologia”.

            A ideia de que a alteridade é um aspecto fundante da antropologia, como ela mesma afirma, sem a qual a disciplina não reconhece a si própria é um dos argumentos centrais desse ensaio. Para isso, ela faz uso, e muito bem, do ponto de vista de Cardoso de Oliveira. Mariza Peirano lembra que quando a noção de “fricção interétnica” foi proposta, uma cena peculiar se desenvolvia “(...)Dividindo o mesmo espaço institucional e, mais importante, frequentemente envolvendo os mesmos pesquisadores, muitos estudos foram realizados nos quais, de um lado, se examinavam os sistemas sociais indígenas e, do outro, se analisava o contato interétnico”. 

            Para dar suporte a sua argumentação a autora também cita outro projeto de Cardoso de Oliveira (Oliveira & Rubem, 1995) que tinha o propósito de estudar diferentes estilos de antropologia, com a proposta de focalizar experiências nacionais diversas[1].

            Para entendermos melhor a importância de Cardoso de Oliveira para o ensaio Mariza Peirano, vamos traçar algumas considerações sobre “fricção interétnica” que extraímos do site Recanto das Letras – WWW.recantodasletras.com.br

“O conceito de fricção interétnica toma a questão indígena como motivação para se pensar a sociedade nacional, através da presença de algum modo ‘incômoda dos grupos tribais’ (Roberto Cardoso de Oliveira), o índio era um indicador sociológico para aqueles que estudavam a sociedade nacional, seu processo expansionista e sua luta para o desenvolvimento, o estudo sobre os negros serviu ao mesmo propósito para Florestan Fernandes, a antropologia moderna no Brasil descende mais dos estudos de Florestan Fernandes sobre a integração do negro que das suas análises sobre os tupinambás” (Peirano, 1981)

                Para a autora do texto no site Recanto das Letras Bianca Wild

“(...) no entendimento do senso comum, fricção interétnica seria o “atrito” entre etnias diferentes, culturas diferentes, ocasionando a apropriação de práticas, conflitos e junções ora negativos ora positivos e até mesmo a ocorrência de conflitos identitários, sendo assim traços culturais passam de uma sociedade para outra, como nos “estudos de aculturação”, ou instituições e atores concretos (porém imaginados em termos de “papéis sociais”) atuam como mediadores de complexas relações de confronto entre grupos humanos que se concebem como culturalmente distintos (sem que lhes ocorra indagar o que significa este ‘culturalmente’) como nos estudos de fricção interétnica iniciados por Cardoso de Oliveira em 1962”.

                E, pelo nosso prisma, é exatamente este tipo de atrito que Luiza Peirano vem tentando explicar em seu ensaio quando considera o exotismo a diferença limite para apreensão antropológica. Quando a autora separa as alteridades: (a) alteridade radical, (b) contato com a alteridade, (c) alteridade próxima e (d) alteridade mínima, atesta que se é correto pensar que uma cultura mundial dos tempos precisa de constantes empréstimos, tanto na direção das metrópoles para as periferias ideológica quanto no sentido oposto, ela propõe um diálogo teórico e empírico que ultrapasse barreiras nacionais, ou seja, para ela, é fundamental desenvolver “universalismos plurais”, que situem, inclusive, “universalismos metropolitanos” e, ao mesmo tempo, reflitam a contingência de vivermos no Brasil. Enfim, uma fricção interétnica como propões Cardoso de Oliveira, com a qual ela dialoga.

 

Obras Citadas

Algumas considerações sobre fricção interétnica.

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/498022

 

           

             



[1] Este projeto a que Peirano se refere foi concebido como um exame de antropologias “periféricas” – destinadas a disciplinas que não sejam centrais ou metropolitanas. Segundo a autora esta disciplina foi bem sucedida em determinado pais, por ter se adaptado sem perder sua cientificidade.

 


A FILOSOFIA E OS PROFESSORES

O objetivo de Adorno em seu texto “A filosofia e os professores” é criticar a prova geral de filosofia dos cursos para a docência em ciências nas escolas superiores do estado de Hessen, Alemanha. A crítica do autor não visa somente àqueles que ficaram reprovados no exame, mas também – o que para ele é uma situação fatal – àqueles que foram aprovados.

Durante sua explanação o autor demonstra sua preocupação com o fado de a aprovação dos alunos se dar devido ao índice de acerto deles. Para o autor, isso não confirma que o aluno está apto para cumprir sua função. Adorno não está preocupado somente com os candidatos, mas também com os alunos que virão a ter aulas com este candidato, pois “(...) estão ameaçados de danos maiores por parte do espírito deformado e inculto”, dos professores. Pelo ponto de vista do autor, o exame deveria avaliar se aqueles que terão uma pesada responsabilidade pelo desenvolvimento real e intelectual da Alemanha, enquanto professores em escolas superiores, são intelectuais ou apenas profissionais. Para ele, compreender a relação entre ser ou não ser intelectual é fundamental, já que a mesma está diretamente ligada à essência da filosofia.

Nesse trabalho Adorno critica os “artesãos” das ciências particulares e os convida a se dedicarem à formação filosófica e depois às suas artes específicas. Ou seja, perpassar através do espírito filosófico desenvolvido, enquanto forma pura do saber, todas as matérias do ensino superior. Com isso, o autor chama a atenção para a importância da intelectualidade na vida acadêmica, onde, para ele, os saberes periféricos são tão importantes para a formação do profissional quanto o objeto por ele escolhido.

Porém, essa formação só pode ser adquirida mediante esforço espontâneo e interesse, e não pode ser garantida simplesmente por meio de frequência de cursos. Para haver formação cultural – diz Adorno – se requer amor. Para ele, quem não tem amor pelo saber não deveria se deter ao ofício de ensinar.

Outra preocupação do autor é com a linguagem, pois, segundo ele, é sobre a linguagem que se constitui o parâmetro original de qualquer reflexão filosófica. Adorno nos lembra que no horizonte da consciência encontra-se a lembrança de que um texto filosófico precisa formar um encadeamento lógico ou uma sequência fundamentada. O estilo da escrita também é observado por Adorno “(...) a formação cultural precisa corresponder à urbanidade, e o lugar geométrico da mesma é a linguagem.”

Concluindo, a falta de amor ao saber, a necessidade de profissionalização juntamente com seu interesse vai impor ao candidato a professor uma falsa opção que terminará por vitimá-lo. Então, para Adorno, os desprovidos das competências apropriadas sofrem as consequências disso exatamente no ponto de sua formação, quando tomam consciência das dificuldades, da ruptura entre a sua existência e a profissão. Adorno acredita que o próprio espírito, não restringindo àquilo que é fatual, porta em si aquele impulso de que subjetivamente se precisa. A obrigação de entregar-se ao movimento desse impulso, para ele, foi subscrita por todo aquele que optou por uma profissão intelectual.


STARTANDO


Hoje em dia, quem fala, lê, ou escreve apenas em português está frito.

Qualquer aparelhinho comprado em um outro país vem no mínimo em três idiomas.

Basta uma olhadinha para as pontas dos seus dedos enquanto escreve uma mensagem por meio do teclado de seu computador para compreender o que eu estou falando: insert, home, page up, delete e o escambau.

O pior é que tem gente que já está misturando tudo. É um portugalizar sem fim.

Na semana passada, encontrei um amigo que havia me convidado para fazermos um trabalho juntos. Depois de um grande abraço foi logo cobrando:

- Quando é que a gente vai “startar” o nosso projeto?

Moçada, “hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás!”.

Como diz Max Gehringer em seu livro CLÁSSICOS DO MUNDO CORPORATIVO daqui alguns dias vamos chamar o Herótodo Barbeiro de Herótodo Hair Stylist.

 


CABARÉ DE RATO

Aracaju está crescendo. Está virando metrópole. Tem até zona de expansão. Bom lugar para se viver. A paisagem é deslumbrante. A quietude extasiante. Um verdadeiro retrato do, quase, paraíso. Quase. Falta água todos os dias ao pretendente. Quando chove, o telefone fica mudo. E, para a gente não ver o pior, a luz sempre falta. Eu acredito que, realmente, estou morando numa zona de expansão. Nunca vi tamanha expansão do descaso. Tem terrenos baldios enormes que, sem cercas, viram depósitos de lixo. E o asfalto? Bem, segundo a teoria de botequim, muito bem fundamentada, do meu amigo Gélio Albuquerque “quando aparece um buraco no asfalto, a prefeitura vem e asfalta o buraco”.

Espero que a zona de expansão não se transforme numa expansão da zona. Como diz uma amiga minha muito querida: “Isso aqui está virando um cabaré de rato!


ANA E O MAR

Ana era uma menina tímida. Tão tímida que, por vergonha, não se olhava no espelho. Não se olhando no espelho, então, não podia ver quão aveludada era a sua pele. O quão rosa eram os seus lábios. O quão sedosos eram os seus cabelos. O quão deslumbrantes eram seus olhos. O quão simétrico era o seu nariz. O quão retilíneo era o seu corpo. O quão expressivas eram as suas mãos. O quão delgados eram seus pés.

Ana não se olhava no espelho, porque não se via nele. Um dia, Ana viu o mar e se apaixonou. Identificou-se com ele plenamente. Então, deixando toda a timidez de lado, tomou coragem e perguntou:

_ Oh, divino e maravilhoso mar. Águas donas desta terra. O que vejo em ti, que reconheço em mim? Não sou nada diante de tanto poder. De tanta imensidão. O que trago em mim que me leva a ti?

Então, o mar, como tudo que é grande também é simples, simplesmente respondeu:

_ O que vês em mim que te lembra a ti, não é nada que se meça. Não é nada que se compare. O que vês em mim, que te lembra a ti é o mistério. De ser calmo, violento, raso, profundo, adorável, temível, enigmático, revelador, finito e infinito, feio e bonito. Afinal, não há como esconder o que se é.

Depois daquele encontro com o mar, Ana nunca mais deixou de se admirar no espelho. Ficava horas e horas olhando cada detalhe do seu corpo. E a cada dia descobria uma nova menina que se tornava lentamente mulher. E quando alguém lhe perguntava:

_ Ana, o que há nesse espelho que você tanto olha?

 Ela respondia:

_ O invisível.


A MIDIA E O MEIO


“A forma que a mídia aborda a violência”. Esse foi o tema da redação quando prestei vestibular, em 2009 para ingressar na Universidade Federal de Sergipe. Foi, mais, um ano em que a UFS a mídia utilizou como tema. Então, vamos à mídia.
Mas, primeiro, é preciso saber do que estamos falando. Há algum problema em recorrermos ao tio Aurélio? Não! Então, vamos lá.
[Do ingl. (mass) media, ‘meios de comunicação (de massa)’; o ingl. media advém do neutro pl. do lat. medium, ‘meio’, ‘centro’, forma subst. do adj. lat. medius, a um, ‘que está no meio’, inicialmente us. na acepç. geral de ‘meio’, ‘meio termo’.] Substantivo feminino. 1.Comun. O conjunto dos meios de comunicação, e que inclui, indistintamente, diferentes veículos, recursos e técnicas, como, p. ex., jornal, rádio, televisão, cinema, outdoor, página impressa, propaganda, mala-direta, balão inflável, anúncio em site da Internet etc. 2. Veículo de mídia (1): O jornal é a melhor mídia para anúncio de serviços profissionais. 3.Prop. O conjunto de meios de comunicação selecionados para a veiculação de mensagem ou de campanha publicitária. [Sin. (ingl): media mix.] 4. Prop. Atividade profissional direcionada ao planejamento da mídia (3) e à veiculação de anúncios, comerciais etc. 5. Prop. Setor de agência de propaganda responsável pelo planejamento e coordenação de mídia (4). 6.O suporte ou a tecnologia us. para gravação ou registro de informações, como, p. ex., CD, fita DAT, videoteipe, impresso etc. 7.P. ext. Gír. Profissional que atua na mídia (4). Mídia alternativa. 1. Prop. Mídia (1) de menor custo, e em veículos de recursos e de alcance restrito, como painéis em mobiliário urbano (q. v.), cartazes em estações de metrô, anúncio em sites da Internet, luminosos em táxi, filipetas etc., e que exclui as opções mais abrangentes e de maior custo, como comerciais em televisão, anúncios em jornais de grande circulação etc. Mídia digital. 1. Mídia (1) baseada em tecnologia digital, como, p. ex., a Internet e a TV digital. 2. Mídia (7) que utiliza gravação digital de dados, como, p. ex., o CD-ROM, fita DAT, disquete etc. Mídia eletrônica. 1. Comun. Mídia (1) que inclui, esp., o rádio e a televisão. [Incluem-se tb., nessa categoria, o cinema e outros recursos audiovisuais.] [Cf. jornalismo eletrônico.] Mídia impressa. 1. Comun. Mídia (1) que inclui, esp., jornais e revistas. [Incluem-se tb., nesta categoria, outros recursos impressos de comunicação, como mala-direta, folder, catálogo etc.]

Perceberam?

Mídia não é só televisão. A televisão, por ser o mais forte veículo de comunicação (de massa), absorveu, quase que literalmente, o significado – mídia.
Ela é poderosa, mas não detém o poder. A gente é que confere poder a ela.

Para auxiliar na reflexão dos candidatos foram apresentados  dois textos. Um condenava a televisão por exibir indiscriminadamente, em tempo real, em seus noticiários, a violência que assola o nosso país. O outro texto absolvia. O tema, embora recorrente, não deixa de ser interessante. Porém, o que me preocupa é o fato de ligarmos a palavra mídia diretamente à televisão, esquecendo os outros meios. Por que isso acontece?

Vamos pensar juntos:
A criança que entrou este ano na primeira série do ensino fundamental – segundo a revista DOM – com sete anos de idade, antes de botar o pé dentro da escola pela primeira vez e assistir à sua primeira aula, já tinha assistido a cinco mil horas de televisão.  Pois bem, que culpa tem a televisão se os pais estão terceirizando a educação dos seus filhos? Lembro de uma campanha da M TV que dizia “Desligue a televisão e vá ler um livro”.

Voltando ao tema do vestibular, um dos textos dizia que a televisão era culpada pelo aumento da criminalidade, pois exibe muita violência em seus telejornais. Será? Pensem comigo, os telejornais de maior audiência na TV aberta brasileira não passam de 45 minutos, enquanto os programas evangélicos têm no mínimo 2 horas de exibição. Nesta proporção, hoje o Brasil seria o céu, não é verdade?

Muito bem, só para lembrar o escopo (escopo é ótimo) deste texto:
1. televisão não é a mídia, mas sim um componente dela.
2. Hoje, todo aparelho de televisão vem com um componente chamado controle remoto.